12 de nov. de 2006

Controle, Programação e Custos.

O que são custos de aquisição?

Custos totais de aquisição são a somatória dos custos verificados entre a requisição de produtos através da emissão de ordens de fabricação ou compra, até o efetivo recebimento dos mesmos na área de recebimento.

Envolvem ainda os custos de preparação (set -up se produzidos internamente), transporte, acondicionamento e verificação da qualidade (se necessário) para efetiva liberação do lote para estocagem. Portanto, são os custos diretos dos produtos adicionados às despesas de compra e/ou produção, transporte e recebimento.


O que lote é econômico?

Lote econômico é a quantidade ideal de material a ser adquirida em cada operação de reposição de estoque, onde o custo total de aquisição, bem como os respectivos custos de estocagem são mínimos para o período considerado.
Este conceito aplica-se tanto na relação de abastecimento pela manufatura para a área de estoque, recebendo a denominação de lote econômico de produção, quanto à relação de reposição de estoque por compras no mercado, passando a ser designado como lote econômico de compras.


O que é estoque de material em processo?

É o estoque de materiais que ficam aguardando entre uma operação e outra no processo produtivo.
Geralmente são pequenos lotes passados de operação em operação, e devem ter a quantidade suficiente de peças para evitar esperas, e nem ter grandes quantidades para não ocupar muito espaço na área de produção, e também a de dificultar sua movimentação entre as operações.
Esses lotes de material em processo funcionam como pequenas caixas d água que irão abastecer a operação posterior por um determinado tempo evitando paradas da linha de produção, quando por algum problema alguma operação deixa de fornecer material para a operação posterior.
Esses lotes são definidos por tempos que as máquinas necessitam para pequenos ajustes e reparos ou mesmo a substituição de ferramentas.
Em tempos passados havia empresas que trabalhavam com lotes diários entre as operações, solução que gerava a necessidade de grandes áreas para o estoque de material em processo. Esta alternativa também gera a necessidade de estoques maiores e, como conseqüência, a necessidade de capital de giro maior e também de tempo maior entre o inicio da produção e a liberação do produto pronto.


O que são custos de estocagem?

Custos totais de estocagem são os custos operacionais envolvidos com a armazenagem e movimentação dos produtos em estoque.
São gerados pela ocupação dos espaços físicos envolvidos, pelos custos dos equipamentos e utensílios de movimentação, além da mão-de-obra utilizada no processo de estocagem. Todas estas parcelas ainda devem ser somadas ao custo financeiro do período de permanência em estoque do lote em questão.


Qual é a função da programação da produção e controle?

A principal finalidade da Programação da Produção é atender aos prazos de entrega dos produtos vendidos. Na Programação da Produção deve se levar em consideração a forma da promessa de entrega, isto é, se o prazo é o da entrega ao cliente ou da data de faturamento. Se a promessa do prazo é o da entrega, o tempo gasto para o transporte deve ser considerado na elaboração do Programa de Produção. O controle da Produção serve para verificar periodicamente se as etapas da produção estão dentro dos prazos estipulados e alocar recursos para que os prazos sejam cumpridos.
Ao planejar a Programação da Produção é preciso verificar se os estoques das matérias-primas irão ser suficientes para a produção planejada, caso não, será preciso a compra de materiais para complementar a necessidade da produção.
A função da Programação da Produção não é a de simplesmente emitir documentos autorizando a produção, mas a de Administrar os recursos de uma empresa industrial para cumprir os prazos prometidos aos clientes.


Quais os procedimentos para registrar os meus produtos?

Alguns produtos dependem de registro em órgãos específicos, cujos procedimentos variam e devem ser verificados no respectivo órgão.

Seguem exemplos:

Produtos alimentícios, cosméticos e farmacêuticos: Ministério da Saúde.
Produtos de origem animal ou vegetal para consumo humano e produtos de origem química, que se destinam à aplicação na agricultura (agrotóxicos e saneantes)Ministério da Agricultura.
Produtos veterinários: Ministério da Saúde;
Brinquedos: devem ter selo de certificação do INMETRO;
Marca e patente: Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI


O que é ficha técnica de produto e para que serve?

A gestão de uma empresa exige que o empresário entenda o conjunto de processos e sub-processos de sua empresa, como eles estão inter-relacionados, qual a lógica do fluxo de trabalho, para que no trabalho diário, os envolvidos saibam o propósito de cada atividade - seu início, meio e fim.
As Fichas Técnicas, compostas de Produto/Processo, são preparadas para as pessoas diretamente ligadas à tarefa, com o objetivo de atingir de forma eficiente e segura os requisitos de qualidade, e normalmente contêm:
- identificação do cliente;
- identificação do produto (nome, código, número dos desenhos, etc.);
- listagem dos equipamentos, peças e materiais utilizados, incluindo-se os instrumentos de medida;
- padrões de qualidade;
- descrição dos procedimentos das tarefas por atividade, condições de fabricação e de operação e pontos proibidos em cada tarefa;
- pontos de controle (itens de controle e características da qualidade) e os métodos de controle;
- anomalias passíveis de ação;
- inspeção dos equipamentos de produção.
As Fichas Técnicas devem conter, da forma mais simples possível, todas as informações necessárias ao bom desempenho da tarefa. A forma das Fichas não é importante. O importante é ser capaz de levar a cada executor todas as informações necessárias.
É possível separar a Ficha de Produto da Ficha de Processo. Na primeira estariam os dados relativos a identificação do cliente e do produto, especificações dos materiais, peças utilizadas, etc. Na segunda, Ficha de Processo, além de uma identificação, estariam os "Procedimentos Operacionais" específicos, compostos de seqüência de fabricação ou de montagem, equipamentos, condições de operação, tempos produtivos, pontos de controle, instrumentos de inspeção, etc.


O que é um cronograma? Para que serve?

O cronograma é a disposição gráfica do tempo que será gasto na realização de um trabalho ou projeto, de acordo com as atividades a serem cumpridas. Serve para auxiliar no gerenciamento e controle deste trabalho, permitindo de forma rápida a visualização de seu andamento.

Exemplo:
Atividades / Períodos
Levantamento de literatura
Montagem do Projeto
Coleta de dados
Tratamento dos dados
Elaboração do Reletório Final
Revisão do texto
Entrega do trabalho.


O que é estoque do Produto acabado?

É o estoque de material ou de produto acabado para entrega.
Existem vários critérios para definição do tamanho do estoque de produto ou material acabado para a entrega.
Empresas que adotam vendas de Prontas Entregas têm estoques para determinados períodos de vendas, e os estoques de produtos acabados são produzidos e repostos à medida que as vendas são efetuadas.
Geralmente estas empresas adotam estoques para 1 (um) mês de suas vendas, e a programação de reposição é feita mensalmente.
Para o caso de empresas que trabalham com as vendas baseadas em Carteira de Pedidos, mantém pequenos estoques de produtos acabados para atender a pequenas mudanças nos pedidos dos clientes. Ou de produtos com pouca venda e cujo tamanho do lote de fabricação não compensa ser colocado na produção com os demais itens de maior volume de produção, e o tamanho do lote não influe significativamente no valor do estoque.
A outra forma de dimensionar o estoque de produtos acabados é a utilizada pelas indústrias de máquinas e veículos, com relação às peças de reposição.
Existem peças de baixa demanda as quais as concessionárias não as mantém em seus estoques, mas são mantidas em centrais de distribuição dos fabricantes. Os criérios para definição dos estoques são freqüência de vendas e o tempo de reposição dos componentes pelas fábricas.


Como calcular o giro dos estoques?

Primeiro vamos entender o que é o giro dos estoques. O giro dos estoques é a quantidade de vezes, em determinado período, que o estoque que a empresa mantém é vendido. Vamos dar um exemplo para melhor entender o conceito: O estoque médio de uma torrefadora de café é de 400 sacas e empresa vende 3600 sacas ao ano, portanto o giro de estoques desta empresa é 3600 dividido por 400 = 9 giros ao ano.
Neste caso fica fácil de calcular, pois a empresa trabalha só com um produto.


Mas, como fazemos quando temos centenas de produtos?

Neste caso devemos ter o valor médio dos estoques a preço de compras e os valores das vendas a preço de compras. Vejamos o exemplo de firma que tenha um estoque médio a preço de compra de R$50.000,00 e cujo volume de vendas ao ano seja de R$700.000,00 a preço de compras. O número de giros do estoque será de 700.000 dividido por 50.000 = 14 giros ao ano.


O que é inventário físico? Quais os seus benefícios?

O inventário físico é a contagem de todos os estoques da empresa, para verificação se as quantidades correspondem aos controles do estoque.
Esta contagem também deve ser efetuada em componentes, aguardando definição da qualidade para serem rejeitados. Os benefícios dos inventários é a verificação de eventuais desvios no controle - estoques de peças rejeitadas, cujos controles não são lançados por alguma falha.
Essas faltas não registradas e controladas podem causar problemas de atrasos nas entregas de pedidos aos clientes, pois o planejamento de compras não irá suprir a falta destes materiais por falha nas informações.
O maior benefício é ter os estoques com as quantidades corretas.
Hoje, em empresas que trabalham com volumes de estoques pequenos, pratica-se o inventário contínuo, no qual são feitas contagens semanais de um pequeno porcentual do universo de peças para verificação de diferenças de peças entre o físico e o controle. Essa prática é denominada de verificação de acuracidade do estoque, no qual até um determinado porcentual de desvio é aceito, e acima deste valor, ações são imediatamente tomadas para corrigir os desvios.


O que é lote de fabricação?

È a quantidade de produtos do mesmo lote que serão produzidos sem interrupção da produção para produzir outros produtos. Na prática, empresas usam nomencalturas diferentes para designar o lote de fabricação. As mais usuais são Lote de Produção e Ordem de Produção, identificados por números que indicam a seqüencia nas quais devem ser fabricados.
Há casos em que as ordens de produção subseqüentes são do mesmo produto, neste caso o lote de fabricação pode ser a soma da quantidade das ordens. Esta pratica é comum para evitar ajustes, trocas de ferramentas e preparação de máquinas para produtos diferentes.


Qual a periodicidade do inventário físico? Quais são as suas etapas?

A prática das empresas é a de fazer o inventário físico por ocasião do Balanço da Empresa. Temos casos de empresas que fazem o balanço anualmente ou semestralmente. Não existem etapas para a execução do inventário físico. Na prática, o que é feito é o trabalho em mutirão de muitos funcionários da empresa, empenhados na contagem dos estoques. A empresa pára suas atividades para evitar a contagem em duplicidade da mesma peça.
Para empresas nas quais os produtos são de muito valor, a periodicidade é menor e cada empresa tem seus próprios critérios para definir a periodicidade.


Quando uma linha de produtos está ultrapassada?

Uma linha de produtos está ultrapassada quando esta perde sua participação no mercado, ou seja, não há mais vendas desses produtos e os clientes não os desejam mais.

Lúcio Silveira.
Controlaria, Suprimentos e Produção.
luciusrs@terra.com.br

5 de nov. de 2006

UMA COISA É O QUE VEMOS, OUTRA É A IMAGEM QUE QUEREM NOS VENDER.

No mundo moderno, a corrupção encontra no marketing uma excelente ferramenta de propagação. Técnicas aprimoradas criam imagens e transformam pessoas, muitas vezes sem escrúpulos, em agentes políticos. A exemplo do que ocorre com muitos artistas, que atingem o estrelato do dia para a noite, “homens públicos” – não todos obviamente – deixam o anonimato, ascendem ao poder, e nele se perpetuam sem que tenham feito algo de produtivo por suas comunidades. São pessoas que mesmo não estando ligadas a nenhum partido – ou que deles, os partidos, apenas se utilizam para atingir um objetivo – assumem a feição política, resultante de uma produção de imagem que passa a governá-las como sujeito. São imagens produzidas industrialmente, divulgadas pela mídia e por lideranças municipais, via de regra, sem responsabilidade social.

PRIMEIRA PARTE
Essas posturas são expressões que realmente acabam por desmoralizar cada vez mais a nossa democracia. A linguagem proposta é especialmente dúbia, imprecisa, ideológica na esfera política, na esfera do poder, mas não chega a ter um compromisso social. A corrupção, fruto dessas demagogias, é que acaba levando ao aprofundamento das crises de legitimidade.

SEGUNDA PARTE
Enquanto os narcisistas políticos – homens sem ideologias partidárias -, fazem, nas tentativas de seus interesses e vaidades pessoais, à luta para equilibrar o orçamento – os gastos do governo -, mexem sem nenhum tipo de pudor com a vida de milhares de pessoas, contribuindo para o aumento das desigualdades sociais. Isso, porque enxugam as despesas com a Saúde e com a Educação, por exemplo, mas mantêm os privilégios seus e de seus “amigos” ou “colaboradores”. Temos que enxugar, sim, o orçamento, procurar gastar de forma mais ordenada, coerente, austera e transparente, sem mexer, contudo, nos recursos que devem ser destinados para a assistência à saúde, para o oferecimento de uma educação de qualidade e realmente transformadora.

TERCEIRA PARTE
No Brasil, com os nossos U$$ 3,5 mil/ano de renda per capta, o custo da administração pública - máquina do Governo – em detrimento do social, significará o aumento do genocídio, da fome, da marginalização e, obviamente, resultará mais cedo ou mais tarde numa reação daqueles que foram expulsos para o submundo da vida. Este submundo é, por conseqüência, o lugar onde se refugiam e se organizam as pessoas alijadas da sociedade, e que tentam a seu modo, proteger-se da violência institucionalizada ou no mínimo, chamar a atenção dos governantes para as mudanças estruturais, que apesar de necessárias não são realizadas.

QUARTA PARTE
Será mesmo que chegará o dia em que saberemos calcular o custo - não o custo Brasil mas o custo da corrupção na vida dos brasileiros? No dia em que isso acontecer, veremos que houve ao longo dos anos da História do Brasil, a construção de um processo de dilapidação dos recursos materiais e humanos, que desmantelou o País, empobreceu a população, e ancorou a estabilidade na fome, na insuficiência de recursos para atender as crescentes demanda, no jejum e na paciência, como o atualmente acontece.

QUINTA PARTE
Hoje, mais do que nunca, estamos mergulhados na mais completa instabilidade social, o que resulta na insegurança, no desassossego, no desemprego, na falta absoluta de perspectivas mais positivas. Um presente e um futuro que não queremos deixar para nossos filhos, que atualmente estão sendo chamados de “brasileirinhos”, um modo tão demagógico quanto aquele utilizado para ascender ao poder. Uma “missão” pública para satisfação da ganância de grupos de apoiadores e correligionários, sem, absolutamente, nenhum compromisso com as reformas e mudanças com as quais a sociedade brasileira tanto sonhava.