UMA COISA É O QUE VEMOS, OUTRA É A IMAGEM QUE QUEREM NOS VENDER.
No mundo moderno, a corrupção encontra no marketing uma excelente ferramenta de propagação. Técnicas aprimoradas criam imagens e transformam pessoas, muitas vezes sem escrúpulos, em agentes políticos. A exemplo do que ocorre com muitos artistas, que atingem o estrelato do dia para a noite, “homens públicos” – não todos obviamente – deixam o anonimato, ascendem ao poder, e nele se perpetuam sem que tenham feito algo de produtivo por suas comunidades. São pessoas que mesmo não estando ligadas a nenhum partido – ou que deles, os partidos, apenas se utilizam para atingir um objetivo – assumem a feição política, resultante de uma produção de imagem que passa a governá-las como sujeito. São imagens produzidas industrialmente, divulgadas pela mídia e por lideranças municipais, via de regra, sem responsabilidade social.
PRIMEIRA PARTE
Essas posturas são expressões que realmente acabam por desmoralizar cada vez mais a nossa democracia. A linguagem proposta é especialmente dúbia, imprecisa, ideológica na esfera política, na esfera do poder, mas não chega a ter um compromisso social. A corrupção, fruto dessas demagogias, é que acaba levando ao aprofundamento das crises de legitimidade.
SEGUNDA PARTE
Enquanto os narcisistas políticos – homens sem ideologias partidárias -, fazem, nas tentativas de seus interesses e vaidades pessoais, à luta para equilibrar o orçamento – os gastos do governo -, mexem sem nenhum tipo de pudor com a vida de milhares de pessoas, contribuindo para o aumento das desigualdades sociais. Isso, porque enxugam as despesas com a Saúde e com a Educação, por exemplo, mas mantêm os privilégios seus e de seus “amigos” ou “colaboradores”. Temos que enxugar, sim, o orçamento, procurar gastar de forma mais ordenada, coerente, austera e transparente, sem mexer, contudo, nos recursos que devem ser destinados para a assistência à saúde, para o oferecimento de uma educação de qualidade e realmente transformadora.
TERCEIRA PARTE
No Brasil, com os nossos U$$ 3,5 mil/ano de renda per capta, o custo da administração pública - máquina do Governo – em detrimento do social, significará o aumento do genocídio, da fome, da marginalização e, obviamente, resultará mais cedo ou mais tarde numa reação daqueles que foram expulsos para o submundo da vida. Este submundo é, por conseqüência, o lugar onde se refugiam e se organizam as pessoas alijadas da sociedade, e que tentam a seu modo, proteger-se da violência institucionalizada ou no mínimo, chamar a atenção dos governantes para as mudanças estruturais, que apesar de necessárias não são realizadas.
QUARTA PARTE
Será mesmo que chegará o dia em que saberemos calcular o custo - não o custo Brasil mas o custo da corrupção na vida dos brasileiros? No dia em que isso acontecer, veremos que houve ao longo dos anos da História do Brasil, a construção de um processo de dilapidação dos recursos materiais e humanos, que desmantelou o País, empobreceu a população, e ancorou a estabilidade na fome, na insuficiência de recursos para atender as crescentes demanda, no jejum e na paciência, como o atualmente acontece.
QUINTA PARTE
Hoje, mais do que nunca, estamos mergulhados na mais completa instabilidade social, o que resulta na insegurança, no desassossego, no desemprego, na falta absoluta de perspectivas mais positivas. Um presente e um futuro que não queremos deixar para nossos filhos, que atualmente estão sendo chamados de “brasileirinhos”, um modo tão demagógico quanto aquele utilizado para ascender ao poder. Uma “missão” pública para satisfação da ganância de grupos de apoiadores e correligionários, sem, absolutamente, nenhum compromisso com as reformas e mudanças com as quais a sociedade brasileira tanto sonhava.
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