27 de ago. de 2007

Epicuro - Médico da Alma

Epicuro.

Nós somos seres passionais, nós, temos paixões, paixões como o amor, ódio, a cólera, a vingança, tristeza, alegria, a generosidade, elas actuam, agem, como nosso carácter, sobre nossa índole, e produzem resultados terríveis, nos colocam desorientados nas vertigens desvairados, desorientados, dilacerados, sem saber o que fazer. As imagens que os antigos usavam, para mostrar o que eram paixões, agindo sobre o nosso carácter sobre o nosso temperamento, era a de um barquinho solto num mar, durante a tempestade, e o barquinho sobe por cima das ondas, vai pra baixo d”água”, é arrastado pelo tempo e pelo vento, sobe pra direita vem pra esquerda ficando sem destino, ficando a deriva, só as paixões fazem isso conosco, que é preciso à educação do nosso temperamento que é o nosso carácter que é a educação da nossa vontade, a nossa vontade recebendo uma formação racional que nos ajuda a escolher entre o bem e o mau, entre o vicio e a virtude. A ética portanto é essa educação e a vontade pela razão para a vida justa a ela pertença. A qual nós estamos pré-destinado por natureza.

Antônio Candido:

O que se chama de depressão, é o que não é ético no momento considerado, ele pode ser amanha, se me permitem eu citaria um autor muito esquecido hoje em dia, que dizia: “é impreciso determinar, se uma doutrina que hoje é funesta em seus primeiros defeitos , não será amanha amplamente bem planeja, todas as ideias sob qual a sociedade circunda são super funda antes de serem tutelares”. Anatelis Fasis.

Renato Janine Ribeiro:

Nos vivemos mais ou menos desde mil e quinhentos, numa sociedade que é rachada, fundida, que se faz uma divisão, mas que tenta resolver essa divisão sem mal encarar que tenta que alguma forma jogar entre as oposições para que fazer que de alguma delas vença por um procedimento, com isso o papel dos valores diminuem, mas fica um valor como sendo importante, e o valor importante é o valor da própria cólera, da forma democrática, da forma democrática todo homem valem a mesma coisa, claro que é uma distracção, os homem não valem a mesma coisa, eles são diferentes entre si, agora a forma democrática significa que na escolha política todos nós temos o mesmo peso .

Nelson Brissac:

Porque que a replica das imagens não da tempo e lugar das coisas, aquilo que elas precisam para ser, imagem que procurem respeitar o tempo e o espaço para que as coisa se cristalize diante de nossos olhos, saber atentar para o tempo e o lugar das coisas.

Gero Bornheim:

Se cada homem é um individuo, e realiza se modo o individualismo, como é que vai entender uma própria possibilidade de vida colectiva gregária, propriamente desorganizada, bom, se cada homem é uma ilha, e se a minha liberdade é uma forma cartesiana, e que a minha liberdade termina aonde começa a do outro, como é que vai se organizar a sociedade, é um problema pungente, e original da burguesia.




José Miguel Wisnik:

Nós nos acostumamos a ler uma reportagem como se ela fosse, mas real do que o real, pois ela tem o peso da palavra escrita e impressa, que nos parece uma forma acabada da verdade, portanto o que nos escapa frequentemente é essa ilusão que toda a pagina nos expressa a verdade que ela é verdadeira, é uma ilusão difícil de perder, quando nós lemos o jornal, lemos a palavra escrita e tende-mos a tender por uma espécie de movimento quase que instintivo, nós tende-mos a acreditar no que está escrito, portanto aquilo que se apresenta ali é uma construção uma Transformação que passou Por uma operação de deslocamento de transformação que muitas vezes altera profundamente o significa real do que foi o acontecido, e é nessa passagem que se coloca a discussão da ética jornalística, e todo o trabalho nesse sentido de colocar a responsabilidade que o jornal tem de fazer e desfazer o acontecido, de qual maneira que a noticia vai se apresenta.

Alfredo Bosi:

Como dizia Kant: Que duas coisas, deliberavam de maneira intensa, as estrela no céu, e a norma moral dentro dele próprio.

Para entender-mos a ética no seu sentido antigo, é preciso primeiro lembrar que Michel Fiko, pois foi quem insistiu muito nisso.: Que o homem antigo, estou me referindo ao homem grego antigo, que na verdade, buscava na ética uma espécie da existência, o que as diferentes éticas propõem, são na verdade, caminhos de aperfeiçoamentos, e caminhos de realização de artesanato, que tanto podia ser pessoal, como até político, mas que se visa sempre uma espécie de estilo, uma estilização da vida, portanto uma estética da existência, por outro lado, vale lembrar que essa estética frequentemente comum como referencial, a própria beleza escrita no cosmos, e a toda uma linhagem a qual vamos falá-mos daqui a pouco, que exactamente propõe que o homem se transforme etnicamente na medida em que ele vai se tornando cosmio, ou seja, na medida em que ele vai conquistando a sua realidade pessoal à beleza e a ordenação que estaria dada exemplarmente no cosmos, uma corrente da primeira linhagem filosófica que se desenvolve na Grécia antiga, que é a linhagem pitagórica, vai exactamente colocar a questão ética nesse termo, o universo e a visão dos astros nocturnos confirma isso, o universo parece revelar uma tranquilidade, uma serenidade, uma repetição, uma circularidade, uma beleza, uma ordem, que seria de certa maneira um modelo, um paradigma, que ao homem na sua direcção pessoal e se certa forma política, poderia tomar sendo como sua referência.

Ordenar-se, torna-se virtuoso, conquistar o bem uma excelência, transforma-se em alguém dotado de virtude de virtuosismo, de Harete como dizia os gregos, seria de certa maneira essa tradição que vem dos pitagóricos, trazer para a vida pessoal e trazer para a cidade também essa ordem essa beleza que o cosmos revela.

Hora na verdade essa questão, da estética da existência, vai conhecer no mundo antigo, varias linhas, vários estilos, vão ter varias propostas, de o homem se organizar, ganhar excelência, conquistar virtude e virtuosismo, ganhar um bem, o que é um bem? Essa é a questão central da ética antiga. 10:41.

A forma mais antiga que sabemos da ética, vem de documentos antigos que ficaram registrados, que literáriamente passaram a ser a forma a ser a versão inaugural do Ocidente, que são as epopeias numéricas, ai nos identificamos que a ética a excelência esta identificada a situação natural espontânea que por determinadas pessoas, aquelas que são chamadas por isso mesmo, a Istoli, pois as constitui, o bom o belo, a excelência, portanto possui um bem que lhe é outorgado, que lhe é transmitido pela estirpe, pelo sangue, que são exactamente os nobres, são os descendentes das grandes famílias, dos heróis que alguns até se consideram descendentes de Deus, essa é logicamente uma ética Aristocrata, que permite que o bem nascido, o de sangue nobre, seja considerado de fato e de direito, simultaneamente de fato e de direito, como alguém dotado de excelência, ele não precisa provar isso, ele precisa apenas manifestar isso, ele não precisa conquistar o bem, um estilo nobre melhor de ser, ele precisa simplesmente dar estações a essas nobreza, pois é inerente e inata. 12:18

Nós vamos encontrar na Grécia mesmo, no século VIII a.Ca população explicita de uma nova proposta, uma nova maneira de entender esse estilo e essa nobreza, que é aquelas que aparecem expressão nos poemas de Zildo, na contra posição frontal, não vai defender uma proposta Aristocrata, portanto vai dizer o tempo todo que a Harete, a virtude o virtuosismo, a excelência que é um resultado de um esforço, de uma labuta, que essa conquista, que o homem não é bom ou melhor por uma condição de nascimento, ou conhecimento de certa genealogia, ele se torna bom ou não, ele se torna virtuoso ou não, e para se tornar um bem, ele tem que se desenvolver certa luta que é aquilo que Zildo chamada, de boa luta, a luta do esforça a luta do trabalho, não só o trabalho sobre o mundo para conquistar uma melhor condição de vida, mas um trabalho também interior de conquistar uma melhor situação, uma mais bela situação pessoal.13:40

Há uma outra diferenciação que precisa ser feito esse trabalho essa estilista, essa estética da existência, essa criação de obra de arte no campo da conduta humana, é uma coisa que se pode fazer apenas no âmbito pessoal ou se pode ou se deve fazer também no âmbito das cidades, dessa polis da sociedade, portanto no âmbito político, portanto essas quatro vertentes, a concepção de virtude verificada pela natureza, a concepção de virtude verificada num certo esforço, num certo tipo de trabalho, a concepção de virtude uma acção restritamente no campo pessoal uma concepção de virtude, como também movendo a esfera política, para entendermos dessas variantes estilísticas que é sempre o trabalho ético que move o homem antigo. 14:41

Percebi-se que o corpo vivo, tanto pode manifestar saúde beleza, como pode manifestar doenças e feiúra, e ele é bonito e belo, quanto todas as suas partes estão se desenvolvendo e funcionando de maneira correta e ao mesmo tempo integrada, a saúde do ponto de vista da alma, no ponto de vista da realidade interior do homem, como a saúde do ponto de vista das cidades, também vão ser fundamentadas grande parte no modelo da saúde do corpo, da beleza do corpo, a grande metáfora do corpo saudável, vai ser forte paradigma da construção essa estilismo existente, que vão ter vários sistemas voltados para a ética, por outro lado o homem se percebe como ser voltado em transito, como um ser navegante, como um ser itinerante, o Grego tem uma concepção muito clara disto, ele saber que a sua dimensão e uma dimensão temporal, portanto o tempo todo ele se chama de mortal, muito mais até que o Romano, em contra posição aquele que sobre vimos porque imortais, a esse que foi concebido a semelhança do homem, os Deus são sobretudo Deuses porque seriam imortais, e escapariam à licitude da temporalidade e escapariam da morte, o ser Romano ao contraria, e um ser que se constitui no tempo, existe no tempo durante algum tempo, que navega no tempo, que realiza alguma viagem dentro do seu espaço dentro do seu território, esse território esse espaço de duração limitada é a sua Moía. 16:37

Só que essa navegação dentro de um espaço limitado, que o espaço do tempo da vida, que uma navegação que precisa tem certo rumo, e esse quer construir um caminho voltado para o bem que é o belo, ele esta construindo um caminha para o bem e para a virtude, é natural portanto, que aquele povo antigo que por sua vez vivia no mar e do mar sempre que tinha uma civilização que estava toda ela vinculada à navegação a viagens e ao comercio que é o povo Grego, é natural que esse povo quando fosse pensar na sua vida num itinerante num tempo limitado percebendo que o indispensar que aquilo tudo vira-se uma técnica de navegação, que era uma técnica de vida ou seja trazer para a vida um rumo certo para que as peripécias pudessem ser desenvolvidas de maneira satisfatórias. 17:46

A metáfora da navegação é uma metáfora fundamental como a metáfora do corpo, e a cidade é entendida como por exemplo para Platão que nos vamos ver daqui a pouco, como uma grande nau, que exige cada um nela, uma certa função muito bem delimitada, muito bem desempenhada, mas é preciso que tenha alguém capaz de lidar com o leme e estabelecer o rumo certo, se isso vale para a cidade dirão os éticos, isso vale obviamente para a condição de cada um, o que cada um tem se não tem a nau da cidade para dirigir, tem uma nau inferior para comandar, a esta quer na dimensão que ela transborde e política, quer na direcção em que ela se restringe ao campo pessoal e até mesmo na esfera subjective interior ela tem por isso mesmo na navegação também um paradigma um modelo extremamente rico extremamente fecundo que alguns historiador vão explorar. 18:47

As dores de Epicuro para representar a Grécia antiga, tem vários motivos, em primeiro lugar a sua grande importância, sem duvidas algumas um dos maiores pensador ético, de toda a história do pensamento, embora muito mau conhecida e frequentemente deturpado, e por outro lado a sua extraordinária actualidade, se ele pressionou o mar e ajudou o mar na sua juventude, e ajudou a perceber o motivo da sua liberdade, como uma libertação interior como pensaria a nação, hoje ele continua extremamente importante para nos, porque em grande parte a sua ética, é um símbolo do virtuosismo pessoal, para que se possa ser feliz ser sereno, ter prazer mesmo na adversidade. 20:29

Epicuro, viveu no Século III a.Cnuma Grécia que não era mais uma Grécia livre, uma Grécia que não conhecia mais aquelas cidades cada qual tendo o direito de desenvolver seu próprio direito sua própria política seu próprio regime sua própria forma de vida, mas do contrario uma Grécia que no seu tento já fazia parte do grande império macedónio, desta da vitória de Polonéia, quando os Macedônios dominam a Grécia com Filipe depois com Alexandre, a Grécia não era mais aquele mosaico de cidades de polis, capaz de que cada uma teve-se a sua própria experiência e a sua própria dicotomia cultural, agora não, era mais um pedaço de um grande império macedónio que se estendia ate a Ásia. 21:27

Neste momento não se pode mais pretender como Platão pretenderá antes, fazer com que a meta final da criação ética fosse a reforma da cidade a procura de que a polis reespelha-se ela também a beleza e a harmonia do cosmos, não, no tempo de Epicuro, não a mas aquele sentido da cidadania que a democracia Ateniense permitirá a alguns, que eram considerados cidadãos, agora não há mais a condição de se reunir os chamados cidadãos, numa assembleia para discutir e forjar as leis, agora as leis se emanam de cima vem directamente da vontade de Filipe ou Alexandre e todos são súditos desse soberano que tem que se curvar a sua vontade, não há mais liberdade política, mas por outro lado, mostra Epicuro, mesmo nesses momentos de repressão nesses momentos de cerceamento da liberdade publica, há todo um universo a ser conquistado a ser trabalhado que é o universo interior que pode ser ele um objecto dum processo de libertação pessoal. Epicuro expressa em seu tempo e afirma que em tempo de adversidade, mesmo assim o homem pode e deve ser feliz, um homem pode e deve procurar prazer, porque ele nasceu para a felicidade e para isso vai conquista seu espaço. 22:59

Ele mostra porém, que esse prazer essa felicidade esse bem que agora é um bem no sentido estritamente pessoal, tem que ser conquistado distante das turbulências da sociedade, distante do universo político, porque a grande nau que se tem agora que pilotar é na verdade a nau interior, e que se esta procurando uma saúde tem que ser a saúde da alma, e a saúde da alma é aquela conquistada pelo afastamento da ignorância, pelo afastamento das crendices, os seja, o uso de uma saberia dum conhecimento de uma ciência que aclara a vida interior retira daí esses obscurativos todos e faz com que o homem a partir do conhecimento das naturezas das coisas possam se posicionar compreender sua própria dimensão compreenderem seu próprio papel. 24:08

Isso é conseguido, porque na verdade, ele propõe que essa sua ciência e estilo, o estilo da sua época, ele propõe todo um programa de alta administração de alto comando na nau interior que parte primeiro do esclarecimento, feito pela ciência, pela compreensão feita da natureza das coisas, com base nele vai ser feito com anatomismo que ele reformula. 24:40

Mas por outro lado não é só isso, essa libertação de conhecimento que ele permite, ele associa também a procura a valorização permanente do prazer, afirmando e provando, exemplificando que o homem não existe em função do sofrimento, que o sofrimento é uma circunstância, é uma contingência, que não determina a vida do homem, e a grandeza na virtude está em auto determinar apesar do sofrimento que vem como fatalidade e que o homem consegue vencer pela sua postura, ele ensina uma ética que é pesada em situações extremadas é uma ética testada no extreme, não só em situações ultima de vida como também em situações ultimas de morte, e a todo tempo ele mostra que o homem pode viver bem viver feliz, viver sereno e morrer sereno e feliz. 25:38

Como isso é feito, isso é feito através de uma espécie de auto gestão, de si mesmo, auto administração de autarquia que é a meta que ele propõe, uma independência interior, um perfil da fatalidade externa, que a fatalidade externa das circunstâncias políticas sociais, que são diversas nesses momentos que é a própria fatalidade da sua pobreza da sua doença. Ele não esta condenado ao sofrimento, por que ele ta feliz alegre ou triste, dependendo da sua condição de administra-se interiormente, e é isso que ele prova através de textos através de toda uma vida. 26:31

Ele coloca dentro do seu tempo, a seguinte alternativa: ou vida política, ou serenidade e felicidade, e hoje nos podemos ler isso numa forma muito nossa muito actual, percebendo o que ele está realmente apontando, é a grande diferença do campo da vida pessoal e o campo da vida publica, a vida publica mostrava ele e nos reconhecê-mos, são um campo de antagonismo é um campo de disputa e um campo de luta, a vida pessoal essa sim pode e deve ser uma vida de facilidade, porque não se pode pretender ser feliz num território publico se o território publica estiver a serviço da sua própria felicidade. 27:28

Por isso, se a procura da serenidade, é a procura da liberdade interior, da autarquia, é uma procura que retira o homem da turbulência da polis ele não se isola, ao contrario ele se recolhe com os amigos nesse jardim, e nesse jardim numa fraternidade lúcida esclarecida ele vai procurar um intercambia nas trocas nas conversar, ou seja, apoiado num esforço de grupo ele vai tentar manter o seu trabalho o seu artesanato interior e só assim dentro da amizade que seu projecto pode ser realizado, não é isolar o homem fazer dele aquele que recusa todos os outros e o resto do mundo, é ao contrario, tudo que insubstituir a polis no seu antagonismos, no jardim com as sua amizade, e a amizade esta no fundo do próprio projecto da filosofia, porque sabemos que a filosofia não é se não a amizade pelo conhecimento e é isso que no fundo uni esses indivíduos, é isso que no fundo aproxima aqueles amigos, e eles são amigos entre eles porque todos eles estão no mesmo processo de busca da sabedoria de busca do conhecimento. 29:10

É importante e portanto lembrar que a ética de Epicuro, é uma ética que se fundamenta primeiro no conhecimento, no apoio a razão, na exclusa ao escurecismo, na recusa da crendice, na colocação do mundo como alguma coisa na dimensão da compreensão humana, uma coisa que esta dentro da possibilidade de compreensão da medida humana, o mundo é mensurável pela racionalidade humana, o mundo pode ser medido pelo sentido e pela razão do homem, é essa ideia básica que afasta tudo para Epicuro tudo que parece intangível, tudo que parece insondável, e que faz com que os próprios Deus de Epicuro, seja e tenha um comportamento razoável, e tudo homens, Deus e pessoas, seja como modificados racionalmente. 30:11

Na verdade o que Epicuro Propõe, é que a filia a amizade, que se concretiza no jardim esses frutos, de amigos lúcidos, que procuram cada vez mais sua liberdade e a clareza interior, e se estimulam reciprocamente a permanecer neste posto, e emitem a distancia de Deus, não que Deus venham fazer a libertação, os Deus são referencias ali mas não estão preocupados com a humanidade nem com o mundo, eles vivem a plenamente a serenidade e estão tão distantes dos homens, quanto os homens do jardim que se separam da polis turbulenta. 30:51

A difusão da idéia, da comunicação, discutir filosofia, o falar com o outro sobre esse projeto de ciência iluminante, de ciência libertadora é fundamental, não é que eles tenham uma sabedoria, e depois a transmitem, é preciso que essa sabedoria seja transmitida para incentivar a própria sabedoria para continuar como uma busca da serenidade, então o tempo todo com o jardim como já citava um historiador inglês, é uma espécie de casa editorial que de lá emana permanentemente cartas testos panfletos, livros, porque é fundamental que a filia é uma coisa que o tempo todo deve ser alimentada por uma conversação direita, oral ou a distancia através de carta escrito para que as pessoas possa, permanecer nessa labuta. 31:43

O direito a felicidade, o direito ao bem, a plenitude de vida, direito a uma soberania completa que coloca o homem em confronto com a harmonia do cosmo, não é ele limitado como foi a democracia de Atenas, portanto pelas limitações que lá existia, lá naquele democracia Ateniense, não se tinha essa liberdade de construir leis de discutir leis, era apenas alguns que podiam fazer esse trabalho, já para Epicuro, o direito do saber, da felicidade o de discutir as leis esta livre para qualquer um. Há qualquer homem, a qualquer mulher, a qualquer estrangeiro, a qualquer tempo, há qualquer raça e em qualquer lugar. Ou seja é uma proposta estilística, que ultrapassa a limitação do campo Elenico, passa das caracteres Eleniacas, e se propõe como um empreendimento para qualquer tempo, daí inclusive a permanência da proposta de Epicuro com a de Cernus, daí porém que chega pra nos com uma clareza forte. 33:04

É preciso que a razão de cobertura a compreensão que o homem dele próprio homem, seja uma razão que primeiro explique o mundo mas que ai no mesmo tempo explique o homem, como um ser capaz de recusar a ordem instituída nesse mundo, para ele ser um ser autônomo, ele não pode estar preso a uma condição de fatalismo, ele precisa que as leis que regem o cosmos, abram espaço para sua postura em suas escolhas num estabelecimento, ou seja é preciso que dentro da mecânica do mundo, haja um espaço onde a rebeldia e a busca da construção do homem uma meta para ele melhor, seja possível. 33:54

É preciso que haja nas leis mecânicas, que diga que o mundo é sustentado na razão, mas é preciso que essa grande razão, mas é também preciso que essa mesma razão justifique o meu inconformismo, o mesmo inconformismo de Epicuro, diante do sofrimento diante das dificuldades, a ética exige mais que uma racionalidade, vestígio para que dentro dela caber o humano no seu projeto, o humano com as suas metas, ou seja, o Atonismo explica todas as coisas, só não explica que o ser homem é uma coisa que tem que ficar inerte a fatalidade das leis mecânicas, se o homem não é assim com a mesma razão que eu explico as coisas, eu preciso encontrar uma forma para que na verdade essa razão de - já sustentáculo a clara dor a postura do homem, a saída dele é genial e Valdemar ficou felicíssimo e escreveu maravilhas a esse respeito, Porque diz Epicuro: os Átomos segundo Denostri, evidentemente, são particular indivisíveis, que cai desde sedo num vazio infinito, só que difícil acontecer se fosse só isso, como se o único pressuposto explicação do mundo fosse essa lei mecânica, de movimento do algo do vazio, como explicar que o homem possa como ele esta propondo, desviar-se da fatalidade e caminhar diante da felicidade e do seu bem, é preciso que eu perceba que esse é um modelo básico nacional, mais ele não dá conta de tudo, ele não da conta do homem e é preciso que essa queda dos laços, é preciso que haja a possibilidade da felicidade no meio. 35:42

Ai existência do homem da sua liberdade é outro ponto de referencia fundamental para Epicuro, o mundo é racional sim, mas a racionalidade do mundo precisa dar conta também racionalmente da ação do homem contraria a fatalidade das coisas, o homem não é mais uma coisa que fica inerte fatalmente colocada onde ela foi posta, ele pode se posicionar, ele pode escolher, ele pode se direcionar, ele pode se dividir, a ética pressupõe um dever ser, a ética pressupõe sempre uma norma uma meta, a ética pressupõe sempre alguma coisa que não é apenas de fato, a que direito se propõe um ser de outra forma, ou seja, a existência do bem, a existência de um processo de busca pela virtude, a existência da estilista que direciona a vida de um homem a outro homem, que a deseja, acha que é melhor pressupõe, no que não há uma fatalidade universal, a uma legalidade sim, mas ela precisa envolver, dar uma cobertura, a uma possibilidade de recusa do homem, ou seja, a possibilidade de desviar-se a possibilidade de liberta-se, isso poderia ser resumido para Epicuro, o que ele esta me dizendo: A liberdade é sempre um desvio da fatalidade, o homem não é livre porque esta tudo solto, e tudo diversificado e tudo obscuro, o homem é livre e isso que agradece a nossa liberdade, porque apesar da fatalidade das coisas, do mecanismo do mundo, ele abre uma brecha para seus projetos, ele é um inventor do “dever ser”, acima da fatalidade das coisas que são, ele reproduz uma dimensão do “deve ser”, do seu projeto de vida da sua meta, ele não é um ser passivo do mundo, ele não é o reflexo das circunstâncias, ele não sabe se é apenas uma contingência, mas ele é diante da contingência dar resposta diferenciada, e por isso mesmo ele pode estabelecer o seu itinerário, a sua rota a sua meta. 37:57

Mas precisamente do ponto de vista estilística, e de uma libertação interior, ele vai mostrar que esse desvio do campo ético, esse Trinani, essa ereção da fatalidade, essa construção do caminho próprio de libertação, que consegue por dois tipos de recurso que o homem é capaz, Primeiro: o homem pode o homem deve, agora a palavra deve ganha todo o sentido, o homem pode e deve administração o seu desejo, os desejos não são todos do mesmo tipo, e não são todos originariamente proveniente do próprio homem, a desejos artificiais, a desejos recebidos de fora, a desejos que na realidade manifestação não de autonomia, de querer eu mesmo, mas ao contrario diante da heteronímia, de eu ter projetado um querer que não é meu, um desejo que nem é meu desejo, porque há desejos naturais necessários, há desejos que não são naturais e nem necessários, e dizer: se nós conseguimos apenas ficar com nossos desejos, que são os naturais e realmente necessários, nós já agora conseguimos um espaço de libertação enorme, pó que nos exorcizamos nos afastamos de nós a obscuridade daquele desejo imposto pela imitação, pelo minicismo, pelo homem que é apenas um integrante de um rebanho, e vai seguindo um caminho que ele não traça que ele não escolhe, que ele não sabe qual é, que ele segue apenas dentro do mecanismos de massa digamos nos dois, e ele diz não! É preciso, e a palavra é de origem Grega: É preciso que de alguma maneira autentico, voltar a si mesmo a sua própria natureza a sua própria naturalidade talvez se dizemos dizer, e mais ainda o homem é capaz de um outro recurso extraordinário, por que ele é desviante, ele é livre só na medida em que desvia, e ele pode através do seu equipamento interior, das sua imagens interiores, ele esta tentando sobreviver da projeção do seu trabalho interior, apenas com seus recursos próprios, ele tem que fazer uma seleção, dentro do seu imaginário pessoal, de seus acervos de lembranças, ele tem que fazer um jogo de imagens, se essa sensação imediata é terrível, como Epicuro sofrendo com cálculos na bexiga, ele pode que naquele momento que a dor física é aguda, ele pode substituir numa técnica que ele é o primeiro a ensinar, substituir essa sensação imediata e dolorosa, por uma lembrança prazerosa de alguma sensação passada positiva, ou seja, se nós conseguíssemos, é a proposta dele, fazer com que nós posse mos nós mesmos, os manipuladores os diretores do nosso próprio imaginário, conseguíssemos mudar nosso filme interior, como sendo um filme não só da nossa autoria mas da nossa direção, não se deve selecionar a nossa imagens, nós poderia o tempo todo buscar em nós, as imagens positivas e contrabalancear essas imagens positivas com nossas sensações imediatas escravizantes e dolorosas. 41:33

A própria realidade não se mede, e não se constrói apenas a cada instante, ou aquilo que o mundo é a cada instante, a cada instante do mundo, corresponde em nós uma multiplicidade de infinitudes distantes, presente, passado e futuro, ou seja, a temporalidade cientifica da consciência, a temporalidade da uma elasticidade, interior ao homem, e é importante, pois conseguir livrar-se o homem das adversidades imediata que me parecer ser o fatalismo, e recolher-se a riqueza maior do seu arsenal de imagens, e ai onde não existi-se nenhum Alexandre nenhum tirano, onde só ele pode ser o senhor publico, claro que ele poderia se escravizar, é ai que ele vai poder ver a autonomia de viver o instante que ele quer viver, a forma de viver cada instante depende não apenas digamos assim, do instante que lhe é exposto de fora, mas depende de como ele usa essas lembranças esse acervo, esse controle de imagens, para ver se da uma adesão restrita a aquilo que vem de fora, e se for negativo no causo da dor, ou se diante de uma coisa negativa que vem de fora, ele porque tem uma flexibilidade temporal, maior no contingência de memória, mas também com esperança, com passado, mas também com expectativa de futuro, ele vai podendo então, contrapor-se, ele não é apenas um reflexo dessa escultura dele. 43:11

Não há adversidade externa, que decida o nosso projeto ético pessoal, em qualquer circunstancias, política, social, econômica, não importa, a direção pessoal da felicidade, a direção pessoal do prazer, a direção pessoal da busca do bem, a direção pessoal da busca da serenidade, é uma tarefa exclusivamente subjetiva, intransferível, que só pode ser feita cada um por cada um, pode-se no apoio dos que se aproximas do mesmo ideal, e dos que se propõe a juntos, no jardim buscar esse tipo de vida, criar esse tipo de existência. 43:57

Nós podemos perceber bem o significado da ética de Epicuro, a partir de um fato que ocorreu no século passado, que certos teólogos descobriram, no território da filosofia, em Enoanda, os restos da ruínas de uma Muralha, onde há uma inscrição, em que nessa inscrição, e é curioso e estranha, pois são frases de teor filosófico, na verdade são trechos de Epicuro, que o Epicurista, Enoanda, teria gravado na Muralha, justamente para que essa verdade Epicurista pode-se estar ao alcance de qualquer um que passa-se por ali, indiscriminadamente, seja homem mulher e ou criança, e qual quer a polaridade que pode-se ler aquilo que era uma espécie de resumo da suprema categoria humana, quatro frases podem resumir essas categorias estando nas discrição de Enoanda, a primeira é: não a nada a temer quanto aos Deuses. A segunda: não há necessidade de temer a morte. A terceira: a felicidade é possível. A quarta: podemos escapar a dor. Na verdade o que eu resumo, como se fosse uma dedicação como se fosse uma receita da ética de Epicuro, 45:50

O modelo da questão da saúde, que é uma imagem mais decorrente do vocabulário ético, aparece ai com todas as letras, o que Diogenos Enoanda, esta tentando transmitir a qualquer pessoa, que passa-se pela muralha de sua cidade, é uma espécie de receita, de especificação medica, de um grande mestre da alma que foi seu mestre Epicuro, esse remédio é um tetra-farmago, e é bom lembrar, que a palavra a linguagem é vista pelos Gregos como farmago, uma substancia que tanto pode ser uma substancia que cura, quanto uma substancia que envenena, dependendo da droga, dependendo da forma que ela é transmitida, ai a receita medica deste medico de alma que é Epicuro, chego por através de um discípulo seu, como uma cadeira afetiva de amizade, que tende a ser entregue a cada um que passe, mostrando exatamente toda a dimensão dessa mensagem ética, a felicidade não é uma coisa natural espontânea, a felicidade é uma conquista, é na verdade um direito de todos e de qualquer um, ninguém nasceu impedido de ser feliz, bem pelo contrario, todos deve e podem buscar o prazer a felicidade, e não importando se seja homem, mulher, adulto, criança, grego, estrangeiro, Turco, brasileiro, não importa, ele é sempre alguém que nasceu para a felicidade. Só que essa felicidade jamais lhe será transmitida outorgada por uma divindade, por um ser superior, isso é resultado de uma labuta, de uma luta, uma luta incessante de auto domínio de auto libertação, de criação do espaço da sua autonomia, e da busca incessante do seu prazer do seu prazer sabia e sereno, onde é perítrico humano é só humano e ali só depende de nós a conquista do bem da alegria e da felicidade.


Lúcio Silveria.
luciusrs@terra.com.br.

PL ACABA COM MULTA DE DEMISSÃO.

Projeto de lei acaba com adicional de multa rescisória em dispensa

Fonte: Panoramabrasil

Tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) projeto de lei que elimina o adicional da multa rescisória paga pelos empregadores nos casos de demissão dos empregados sem justa causa. O projeto (PLS-complementar 373/07), de autoria do senador Raimundo Colombo (DEM-SC), revoga o artigo 1º da Lei Complementar 110/01, que institui contribuições sociais e autoriza créditos de complementos de atualização monetária em contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A multa rescisória instituída por essa legislação é, atualmente, de 10% sobre o montante de todos os depósitos devidos referentes ao FGTS durante a vigência do contrato de trabalho. O Artigo 1º da Lei 110/01 institui a multa como contribuição social devida pelos empregadores para casos de demissão sem justa causa dos empregados.

Segundo Colombo, não há mais razão para continuar onerando os empregadores com o adicional de 10% da multa rescisória, pois os trabalhadores são os mais prejudicados por essa elevação do encargo social das empresas, tendo em vista as conseqüências em termos de maior informalidade no mercado de trabalho e também de desemprego. " Na verdade, tal adicional deveria ter sido provisório, já em sua origem, tal qual ocorreu com o aumento da alíquota de contribuição ao FGTS", disse o autor da matéria.

O senador explicou que, para fazer face ao pagamento dos expurgos inflacionários gerados pelos planos econômicos Collor I e II e Verão, a Lei complementar 110/01 aumentou as alíquotas do FGTS de 8% para 8,5% e a multa rescisória sobre os recursos da conta vinculada do trabalhador de 40% para 50%. No primeiro caso, a elevação ocorreu por 60 meses, tendo expirado em junho do ano passado. No segundo caso, o incremento não foi, como deveria ter sido, provisório, valendo até hoje.

O parlamentar explicou que com a edição da Medida Provisória 349/07, que instituiu o Fundo de Investimento do FGTS e apartou R$ 5 bilhões do patrimônio líquido do fundo para integralização de cotas, o governo se viu obrigado a explicitar a situação financeira do FGTS para a sociedade. "Assim, soube-se que as disponibilidades financeiras do FGTS tiveram expressivo crescimento após a instituição das alíquotas adicionais antes mencionadas, como decorrência, em especial, das aplicações financeiras dos recursos extra arrecadados", disse Colombo.

O montante acumulado foi suficiente para honrar os pagamentos dos expurgos decorrentes dos planos econômicos.

16 de ago. de 2007

SeNadO FedERaL.

SENADO, PARA QUE TE QUERO?
Percival Puggina
Nos últimos dias, setores da opinião pública dão sinais de haverem encontrado a solução para o Caso Renan: feche-se o Senado! Se essa fosse uma boa saída então teríamos perdido a chance de resolver outro problema durante o curto mandato de Severino Cavalcanti na presidência da Câmara dos Deputados: feche-se a Câmara! Lula, por sua vez, agradeça aos anjos e santos pelos ouvidos roucos e olhos complacentes da sociedade perante o que acontece à sua volta. Não fosse assim – feche-se o Planalto e jogue-se fora a chave! E não nos faltariam motivos semelhantes para fazer o mesmo com o Judiciário.

Tais posições têm viés anarquista ou totalitário e em nada contribuem para qualificar nossa democracia e as instituições que a servem. Compreender as relações de causa e efeito que se estabelecem entre as enfermidades que atacam os poderes da República em todos os níveis, perceber a natureza das reformas que se fazem necessárias e urgentes, e operar os mecanismos de pressão sem os quais nada mudará, é tarefa quase exclusiva das elites nacionais. Verdades nuas e cruas: 1ª) não se espere do cidadão comum, mourejando pelo almoço da família e preocupado com o nível do rio que ameaça alagar sua casa, que proceda às reflexões sobre os problemas institucionais do país; 2ª) não se espere que próprios detentores de poder tomem a iniciativa de modificar o que muito lhes convém.

Nas sociedades democráticas, tais reformas só ocorrem mediante movimentos de opinião e de pressão, com efeito político e eleitoral, sob responsabilidade original de uma determinada parcela de sua elite. Refiro-me àqueles cujas condições de vida, formação intelectual, capacidade de influência, acesso à mídia, liderança moral e espiritual, recursos materiais e disponibilidade de tempo, desencadeiam, nas próprias consciências, o sentimento de que têm deveres significativos em relação ao bem comum. Um de nossos problemas está em que essa específica parcela da elite nacional se encolhe perante a outra, certamente majoritária, cujos interesses vicejam à sombra das nossas anomalias institucionais.

O bicameralismo, voltemos à pauta, é um modelo indispensável à forma federal de Estado. Em Estados federais, há uma casa legislativa onde a representação é proporcional à população, e outra onde todas as unidades têm o mesmo número de representantes. É um segundo plenário, com a função de assegurar a igualdade política dos Estados-Membros. Na Câmara dos Deputados, a representação de São Paulo é 10 vezes maior do que a de Roraima, mas no Senado ambos têm o mesmo peso político.

Acabar com ele é debilitar ainda mais a Federação, com imenso ganho à voracidade de poder e de recursos fiscais que caracteriza a União. O que precisamos é robustecer as funções do Senado na Federação; suprimir-lhe atribuições redundantes com as da Câmara dos Deputados; conectar os senadores aos governos estaduais; simplificar-lhe a estrutura da Casa e reduzir seus escandalosos custos operacionais.

2 de ago. de 2007

Um exemplo para imitar.

Aconteceu num estádio. O público comparecera para assistir disputado jogo da
temporada. Nada menos que vinte mil pessoas aguardavam.
Uma menina, de apenas 13 anos, ganhara como prêmio, a honra de cantar o Hino
Nacional do País, os Estados Unidos, na abertura do grande evento.
De vestido longo, cabelo arrumado e um belo sorriso nos lábios, ela toma do
microfone e inicia a execução.
Afinadíssima, sua voz se projeta, emocionada, pelo imenso estádio.
Então, o braço treme, ela engasga, esquece a letra.
A câmara televisiva a mostra em close, os olhos marejados de lágrimas,
aguardando ansiosamente alguém próximo que a ajude.
Ela se vê absolutamente só. Treze anos. Uma menina. Sozinha, ali, no meio.
O público ameaça uma vaia. E ninguém toma a iniciativa de ir até lá para
ajudar. Todos ao seu redor a observam, parados.
De repente, um homem se destaca e caminha ao seu encontro. É Mo Cheeks,
técnico dos Portland Trail Blazers.
Postando-se ao lado de Natalie Gilbert, a jovenzinha assustada, ele a
abraça.
Ela intenta esconder o rosto em seu peito. Mas o homem alto, encorpado,
começa a cantar, incentivando-a a que faça o mesmo.
Ela vacila, mas ele continua, entusiasmando-a. E, depois, com gestos,
incentiva o povo a que cante junto.
E, o público, compenetrado agora, percebendo a grande lição de solidariedade
do técnico, canta.
Logo mais, o estádio inteiro forma um único coro, emocionado e vibrante.
E Natalie Gilbert conclui o Hino. Olha para o seu salvador e diz: "Muito
obrigada".

Um homem, um gesto fez a grande diferença. Aquela menina poderia sair dali
traumatizada, acreditando-se a última das criaturas, por ter falhado em hora
tão importante.
Mas a alma solidária de Mo Cheeks não somente a auxiliou, tanto quanto deu
uma lição a vinte mil espectadores.
Uma lição de solidariedade. Uma lição da atitude de um verdadeiro líder, de
quem se importa com o outro.
Demonstrou que, quando alguém está em dificuldades, quem estiver mais
próximo, tem o dever de ajudar.
Ensinou a utilizar a empatia.
Será que todas aquelas pessoas ali reunidas não pensaram, por um minuto
sequer, que poderia ter acontecido com eles, se estivessem no lugar dela?
Será que tantos pais e mães ali presentes não pensaram que poderia ser a sua
filha a ter aquele esquecimento?
Naquele dia, Natalie Gilbert realizou o que se propôs.
E Mo Cheeks demonstrou a diferença que faz um ser humano no Mundo.
* * *
Todos nós, onde quer que nos encontremos, podemos e devemos fazer a
diferença.
Quando todos observam alguém que perde o equilíbrio, ou tropeça e cai,
podemos ser aquele que estende os braços para amparar.
Ante alguém que derruba pacotes em plena rua, podemos ser a mão que auxilia.
Oferecer-se para trocar um pneu, providenciar algumas compras, atender uma
criança por alguns momentos.
Quem de nós, onde esteja, não pode fazer algo simples, mas muito especial?
Algo que expresse que o ser humano é um ser de extraordinário potencial de
amor, que é acionado ao mais discreto movimento da necessidade alheia.
Pense nisso e, seja você, onde estiver, a criatura especial que faz a grande
diferença no Mundo.

Um exemplo para imitar. Um líder para seguir.

Redação do Momento Espírita, com base em fato real.
recebi achei legal e estou publicando.

Lúcio Silveira