31 de out. de 2008

A Família.

A família e o medo de perdê-la.

O filósofo Luc Ferry, escreveu recentemente no seu livro, “Famílias, Amo Vocês”, referindo que “a família é única coisa que resta de sagrado no mundo”, Referiu ainda, que “os únicos seres pelos quais arriscaríamos a vida no mundo de hoje são aqueles próximos de nós: a família, os amigos e, em numero bem menor, pessoas mais distante que nos causam grande comoção”,

Mais adiante em discorrer sobre os dilemas da sociedade contemporânea, e sem, aparentemente, relacioná-lo ao tema central, ele fala sobre o medo. “Nós, ocidentais, temos medo de tudo (...) todo ano se acrescenta um novo medo aos anteriores”, diz.

Nada é por acaso que os dois temas – família e medo – foram tão enfatizados, porquanto, entendo, intimamente ligados. Só se tem medo de perder aquilo que nos é mais caro, o que nos é valioso. Posso testemunhar que, depois da paternidade, passei a ser muito mais cauteloso e cuidadoso do que antes de gerar aqueles que considero os meus maiores bens, os meus filhos.

E seguindo o pensamento do filósofo, vou além. Acho que o conceito de família se ampliou, abrangendo não só os que se unem pela consangüinidade, mas também peã afinidade e amizade.

No caso dos meus filhos e de muitos do seu grupo, que são de uma geração em que o conceito tradicional de família se modificou, dando lugar, em muitos casos, a lares de pais separados, os amigos se tornaram a sua segunda família. Porque se identificam, eles se unem.

Em Luc Ferry, e o medo de perder um ente querido, concluo que não podemos mais viver sob o medo da insegurança, que assombra a nossa família, qualquer que seja a estrutura e o formato que ela tenha. Ela não pode viver constantemente sob a ameaça da violência urbana e humana.

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